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Brasileiro de verdade

27 set 2005 às 11:00

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No final do ano, ao término da última rodada do Campeonato Brasileiro, os campeões podem até comemorar, mas dificilmente vão conseguir disfarçar o sorriso amarelo de um título que já foi machado. Tudo porque o árbitro Edilson Pereira de Carvalho foi flagrado em gravações telefônicas negociando resultados de partidas para beneficiar apostadores de sítios da Internet. Preso, confessou ter "operado" alguns resultados e colocou sob suspeição a legitimidade de pelo menos 11 resultados da competição.

Isso afetou tremendamente a credibilidade do Brasileirão e também de partidas da Série B, já que Edilson acusa Paulo José Danelon de também participar do esquema, que começou no Campeonato Paulista. Por enquanto, fora os telefonemas, as únicas fontes para as investigações são o próprio árbitro e ...., detido como suposto "comprador" dos jogos. E é baseado nesses depoimentos, e em trabalho de comissão que assistirá ás gravações das partidas, que o STJD decidirá quais serão os jogos anulados devido às fraudes de Edilson, que deveria ter sido afastado do futebol desde quando apresentou falso diploma de conclusão dos estudos para poder apitar. Mas os dirigentes da Federação Paulista e da CBF preferiram "prestigiar" o árbitro, que é um dos brasileiros do quadro da Fifa. Deve ser porque uma falsificação tão simplória não incomoda os homens que comandam o futebol brasileiro e seu longo currículo de viradas de mesa, contratos de gaveta e por aí afora.

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O pior é que já tem muito dirigente de olho grande na grave crise que tomou conta do principal esporte brasileiro para tentar esconder sua incompetência. A cartolagem de alguns clubes que correm risco de rebaixamento já anda declarando que sem a devida credibilidade não será possível manter o regulamento e que o rebaixamento deve ser abolido este ano. Nada que cause estranhamento a quem conhece minimamente esta classe, mas que envergonha todos os torcedores que exercem a paixão clubística sem deixar de lado questões éticas e morais (infelizmente, nem todos são assim).

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Festa armada na pátria amada


Casos semelhantes já aconteceram em outros países e mesmo no Brasil. No início doa anos 80, quando a Loteria Esportiva fazia milionários de Norte a Sul do país, um escândalo envolvendo jogadores e dirigentes que vendiam jogos foi denunciado pela Revista Placar. Muitos dos envolvidos estão por aí até hoje, ainda atuando no futebol e as portas da cadeia passaram muito longe de qualquer um deles. A única conseqüência foi que a Loteca perdeu apostadores e hoje os prêmios milionários são reservados à Mega-Sena

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Na mesma época, fatos parecidos aconteceram na Itália. A diferença é que lá dirigentes foram afastados, multados e presos e jogadores foram suspensos do futebol. Um deles foi um certo Paolo Rossi, que após dois anos fora dos gramados, ironicamente voltou a tempo de eliminar o Brasil da Copa de 82.


Apesar dos pesares, só resta torcer para o aprofundamento das investigações e pela punição justa dos culpados, para que o futebol volte a ter alguma credibilidade no país. Mas a partir de agora, qualquer erro da arbitragem – que acontecem aos montes por pura incompetência dos senhores do apito – será visto com muito mais desconfiança pelos torcedores. O coro de juiz ladrão e outros adjetivos a suas mães serão ainda mais comuns.

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Herdeiros


Longe dos escândalos, que desanimam qualquer comentário a respeito da rodada do Brasileirão, Fernando Alonso assumia em Interlagos o título de mais jovem campeão mundial da Fórmula Um, justamente no local que viu surgir Emerson Fittipaldi, o recordista anterior. Aos 24 anos, o espanhol é um digno herdeiro dessa honraria, por sua regularidade na condução do carro, sem deixar de ser agressivo quando necessário. O Rato com certeza deve ter ficado feliz, mesmo não podendo estar presente para homenagear Alonso.

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Isto porque estava comandando a equipe brasileira que venceu as duas provas de estréia da mais nova categoria do automobilismo mundial, a A1 GP, que pretende ser uma espécie de Copa do Mundo do Automobilismo, com 25 países representados. Pelas mãos de Nelson Angelo Piquet, que andava devendo uma atuação como a do fim de semana, o Brasil largou na frente na categoria, que será disputada durante as férias da Fórmula Um, para deleite dos fãs que sentem falta dos motores roncando no inverno europeu.


Netuno

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Mesmo após um decepcionante 17º lugar na primeira regata do Mundial de Iatismo da Classe Laser, Robert Scheidt não se abalou e voltou a mostrar porque é um dos melhores velejadores do mundo. Venceu até o momento sete das dez regatas disputadas e segue tranqüilo rumo ao oitavo título mundial, que deve ser confirmado nesta quarta-feira, a não ser que aconteça uma série de resultados praticamente impossíveis. E a festa será grande porque a disputa acontece nas belas praias de Fortaleza.


Mercúrio

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Segundo lugar na etapa japonesa da Moto GP, Valentino Rossi conquistou com grande folga o seu sétimo título mundial de Motociclismo, cinco deles na categoria principal. Comemorou com a irreverência de sempre, ao lado de Branca de Neve e seus sete anões, cada um representando um título. Como nas motos as corridas já estão ficando muito fáceis, o italiano já pensa em competir com carros de rali ou até mesmo na F-1, categoria em que já testou a Ferrari.


Nota 10

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Para Robert Scheidt, Valentino Rossi e Fernando Alonso, por motivos óbvios.


Nota 0

Para Edilson Pereira de Carvalho, por motivos ainda mais óbvios.


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