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Copa de verdade

07 jul 2006 às 11:00

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Os jogadores brasileiros que envergonharam a torcida (esperar que eles sintam vergonha é pedir demais) deveriam assistir várias vezes aos VTs das semi-finais da Copa. Quem sabe assim aprendam como deve ser a entrega e a luta de um atleta na maior competição futebolística do mundo. Ao contrário dos apáticos brasileiros, tirante as raras e bem caracterizadas exceções, portugueses, franceses, alemães e italianos mostraram vontade e dedicação durante 90 ou 120 minutos, de acordo com a partida.

O destaque maior foi para a vitória da Itália sobre a Alemanha, no melhor jogo da Copa até o momento. Não tanto por jogadas de habilidade, dribles fantásticos ou lampejos individuais, mas pela força coletiva. Ao contrário do amontoado de jogadores de Parreira, as duas equipes merecem este termo em sua definição. E venceu a melhor das duas seleções. Porque, sem perder a sua tradicional eficiência defensiva, a "Azzurra" soube ousar e jogar ofensivamente como há muito tempo não se via. Com bom toque de bola e muita aproximação e movimentação dos jogadores, os italianos sabem como ninguém levar uma partida no ritmo que desejarem.

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Jogou de igual para igual por longos 105 minutos contra os alemães para resolver decidir o jogo no segundo tempo da prorrogação, quando o técnico Marcelo Lippi escalou três atacantes (quase um sacrilégio em um time que normalmente se contenta com apenas um). Apesar de parecer uma temeridade, a estratégia foi brilhante, e com certeza o time já havia treinado diversas vezes com esta formação, que não criou espaços para os contra-ataques alemães. Talvez esta seja a grande lição para o treinador do "escrete canarinho".

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Os italianos tanto sabiam o que faziam em campo que no lance do gol de Grosso, que abriu o caminho para a final, Pirlo teve calma e paciência para segurar a bola e conduzí-la em direção à lateral até encontrar um companheiro desmarcado e bem posicionado para o arremate final. Se tivesse tentado uma finalização direta ao gol, o que seria efetuado por 99% dos jogadores que recebessem uma bola na grande área faltando dois minutos para o jogo terminar, com certeza teria seu arremate defendido pela zaga alemã bem postada à sua frente.

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Já o segundo gol de Del Piero poderia constar dos manuais do futebol no item contra-ataque. Simples, rápido e mortal. Aos alemães sobrou o consolo de ter ido tão longe com um time com grande limitações, inferior a vários outros que ficaram pelo caminho.


Pelo que jogou nesta partida, a Itália parte com algum favoritismo para a decisão contra a França, diria que na proporção de 60/40%.

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Les Bleus


Se a Itália brilhou, a França chegou à final de maneira mais discreta, quase que propriamente "à francesa". Também muito forte na defesa, os "Bleus" dependem muito da criatividade de Zidane, do apoio de Vieira, da correria de Ribéry e dos lampejos de Henry para levar algum perigo ao gol adversário. Como a marcação portuguesa, bem ao estilo Scolari, foi muito mais forte que a brasileira, estes jogadores não tiveram o mesmo espaço para decidir a partida, que foi muito truncada.

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O gol da vitória veio em um lance isolado do atacante francês, que sofreu um pênalti bobo do bom zagueiro Ricardo Carvalho. Na batida, Zidane mostrou porque é um dos destaques da Copa e não deu chances ao goleiro Ricardo, que até foi na bola mas não a tempo de repetir a façanha de pegar três pênaltis ingleses no jogo anterior.


No domingo, se Zidane voltar a brilhar, a França tem chances de reverter o favoritismo italiano e conquistar seu segundo título. Mas é mais provável que saia da Alemanha um novo tetra.

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No sábado, o valente Portugal não deve ter força suficiente para derrotar os donos da casa. Mas mesmo se perder pode comemorar o quarto lugar de um time que ainda não pertence à real elite do futebol mundial.


Nota 10

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Para a vontade dos jogadores das quatro seleções semi-finalistas.


Nota 0

Para as declarações cada vez mais absurdas e desprovidas da mínima lógica de Cafu, Roberto Carlos e companhia. Será que é tão difícil admitir que não jogaram nada contra a França.


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