Já faz bastante tempo que começaram as contagens regressivas para o início da Copa do Mundo, há cerca de duas ou três semanas só se fala nisso, e agora, começa de verdade o ano futebolístico em 2006. Pouco importam os títulos nacionais, e até continentais, obtidos por times e seleções até o momento. Ninguém lembra mais dos escândalos de arbitragem que assolaram a Europa, de quase nada valem as polêmicas nas convocações dos treinadores dos 32 países que amanhã iniciam o único torneio do esporte mundial capaz de rivalizar em audiência com as Olimpíadas.
É hora da bola rolar e ter início o campeonato mundial do esporte mais popular da terra. Hora de bancos, lojas, empresas, escritórios, escolas e outros estabelecimentos fecharem para verem o desfile de craques. Hora de ufanismos, exageros verbais, euforia, mas também momento de decepção, de tristeza, de choradeira.
Hora de verdadeiras batalhas sem, ou ao menos com pouco, sangue. De confrontos que viram verdadeiras guerras, em que, felizmente, e apesar dos termos bélicos constantemente utilizados (bomba, artilheiro, petardo e outros), os exércitos saem de campo de pé, inteiros e prontos para novas batalhas.
No Brasil, a Copa é também um momento democrático, em que as classes sociais permitem (pequenas) misturas, em que os desvalidos se identificam com a história de vida de muitos dos atletas hoje vencedores, mas é também tempo de oportunismo, de políticos e dirigentes esportivos tentarem limpar seus sórdidos passados.
Em suma, um tempo de festas, bacanas ou bacanais, que podem durar duas semanas, ou se prolongar pro até um mês, caso o Brasil chegue à final. Quem gosta de futebol tem 31 dias para curtir os melhores jogadores e as melhores seleções em ação. Vibrar com os lances mágicos, fechar a cara para a violência de alguns desleais e grossos que desfilaram pelos campos alemães, escolher alguns seleções para torcer, pela simpatia dos jogadores, pelas raízes familiares de um país de imigrantes, ou pelo refino no trato com a bola.
E mesmo aqueles que só lembram que o futebol existe a cada quatro anos, inevitavelmente se deixam conquistar pelo clima de uma nação esperando o hexa. É difícil falar sobre a Copa sem derrapar nos caminhos fáceis do ufanismo, sem exagerar nos adjetivos, sem transparecer a torcida por mais um título. A partir de amanhã , "alea jacta est", e que vença o melhor. Se for o Brasil, que bom, se for outra seleção, que seja possível admirá-la, sem ressentimentos, por um futebol bonito de se ver jogar.
Meus favoritos
Brasil, Alemanha, Argentina, Itália, Inglaterra, França, Holanda, República Checa, não necessariamente nesta ordem.
Os que podem ir longe
México, Croácia, Japão, Portugal, Suécia, Sérvia e Montenegro, Espanha, Costa do Marfim, alguns em detrimento de outros.
Os que fazem algum barulho
Paraguai, Equador, Costa Rica, Angola, Suíça, Gana, Costa do Marfim, Estados Unidos, Ucrânia, com chances de passar ao grupo acima.
Na Alemanha, em excursão
Trinidad e Tobago, Togo, Tunísia, Polônia, Arábia Saudita, Irã, Coréia do Sul e Austrália, torcendo por um belo verão europeu.
Nota 10
Para Fiori Giglioti, um craque da narração esportiva que verá a Copa de um lugar melhor. Fecham-se as cortinas e termina o espetáculo.
Nota 0
Para Pelé, Cafu e Roberto Carlos que perdem o seu tempos com discussões sem sentido sobre qual seria a melhor seleção. Apesar disso, dessa vez o Rei tem razão e o time de 1970 era melhor do que o atual, mas naquele tempo o futebol era muito diferente. mas a melhor Seleção Brasileira de todos os tempos é aquela que tinha Garrincha e Pelé juntos (especialmente a de 1958). Com os dois em campo ao mesmo tempo o Brasil nunca perdeu um jogo.