Na Copa das zebras, a final não tem nada de surpreendente. Brasil e Alemanha, mesmo longe de seus melhores momentos, têm a seu favor a tradição, que conta muito em Copas do Mundo. As duas seleções chegam à decisão sem empolgar seus torcedores, o Brasil pelo talento individual de alguns jogadores e a Alemanha pela disciplina tática que chega a ser irritante. Com certeza será um grande confronto, o primeiro entre os dois países na história dos mundiais. O curioso é que as duas equipes disputam a final pela sétima vez (contando a decisão de 50 que envolveu quatro times, inclusive o Brasil) e são os times com mais jogos disputados.
O retrospecto do Brasil é um pouco melhor, com 86 partidas disputadas, 59 vitórias, 14 empates e 13 derrotas contra 84 jogos, 50 vitórias, 18 empates e 16 derrotas dos alemães. Os brasileiros são melhores na hora de atacar (189 gols contra 176) e, curiosamente, na hora de defender (82 gols sofridos contra 104). As duas seleções são as únicas a participar de três finais consecutivas, os alemães em 82, 86 e 90 e o Brasil em 94, 98 e 2002. Em jogo está também a chance germânica de alcançar o tetracampeonato, exclusividade brasileira, para tentar superar esta marca jogando em casa em 2006. Para o Brasil é a oportunidade de se isolar ainda mais como seleção mais vitoriosa da história.
Diferenças
A Alemanha chega à final praticando um futebol em que a força física e a rigidez tática imperam. Ao contrário de outras Copas, não há um craque que se destaque, a exemplo de Beckenbauer, Rumennige ou Mathaus, e o talento faz falta. Mesmo assim chega bem cotada, pela frieza e paciência de seus jogadores. O grande destaque é o goleiro Khan, que deve ser eleito o melhor do mundial. Não é um time agradável de ver jogar mas duro de ser derrotado. Ao menos impediu que a Coréia chegasse, sem méritos, à final do campeonato.
O Brasil, visto com desconfiança antes da bola rolar, continua evoluindo, ainda que aos trancos e barrancos. Felipão é teimoso mas tem estrela. Insistiu na convocação de Ronaldinho, para muitos uma temeridade, e o “fenômeno” lidera a artilharia do mundial. Suportou uma enorme campanha pró-Romário, que deveria e merecia estar na seleção, e hoje vê o sucesso de Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho. Escala mal, erra nas substituições mas os resultados finais são favoráveis. Nos momentos mais compliados ainda conta com a ajuda da arbitragem, que beneficiou o Brasil pelo menos duas vezes. Se continuar assim, ganha o título.
Nota 10
Para Cafu, único atleta a disputar três finais de Copa do Mundo.
Nota 0
Para Sas, da Turquia, que apelou quando viu a classificação ir para o espaço.