Como era esperado o Cruzeiro não deu chance para a zebra e conquistou o título com duas rodadas de antecedência. Venceu com tranqüilidade o Paysandu mas nem precisava tanto. No Serra Dourada o Santos era derrotado pelo Goiás, o que aumentou a vantagem cruzeirense para nove pontos. O objetivo da Raposa agora é chegar a contagem centenária do maior brasileirão da história. Com isso deve marcar um recorde que dificilmente será superado no ano que vem. E com a redução do número de times programada para os próximos anos a pontuação deve se tornar imbatível.
Muito organizado, o time ocupou a liderança desde o início do campeonato e só foi ameaçado pelo Santos, que joga um futebol mais vistoso mas não tão eficiente. E no confronto direto o Cruzeiro venceu as duas partidas e abriu a vantagem que o deixou em situação tão confortável nas últimas rodadas. O time das Alterosas tem também o principal craque do campeonato, Alex, que com seus passes perfeitos criou a maioria das oportunidades de gol da equipe. Destaque também para os estrangeiros Maldonado, com um futebol de muita garra apesar de nada refinado, e Aristizábal, que vive o melhor momento da carreira. Sem falar de Maurinho e Leandro, voando pelas laterais, e de Gomes, que aos poucos faz a torcida esquecer a saudade deixada por Dida. Sem falar no jovem Mota, sempre fazendo seus golzinhos de centroavante. Todos bem aconselhados por Zinho, recordista de títulos brasileiros – cinco, tal como o discreto e eficiente Andrade, símbolo da garra flamenguista que venceu também pelo Vasco.
Impossível também não elogiar Vanderlei Luxemburgo, que apesar da habitual arrogância fez um ótimo trabalho e soube preparar muito bem a equipe para uma competição longa. Parece que enquanto os outros times não perceberam a necessidade de formar um elenco equilibrado e suficientemente numeroso para disputar uma série quase interminável de partidas, o Cruzeiro acertou na mosca. Mesmo perdendo Deivid no meio da competição soube repor a falta com Mota e Márcio Nobre, artilheiros de ofício. Ao contrário do Santos que, órfão de Ricardo Oliveira e Nenê teve que se contentar com o apenas esforçado e deslocado Fabiano como centroavante. Por essas e outras o título vai para as mãos certas.
Triste sina
Parece que o Coritiba resolveu criar uma triste tradição. Ir bem no Brasileirão até quase o final e deixar os objetivos escaparem no final. No ano passado a classificação para a segunda fase virou pó na última rodada. Este ano, a almejada vaga na Libertadores está muito ameaçada, principalmente porque o time não vem jogando bem há um bom tempo.
Vergonha tricolor
O Paraná também periga não conseguir a vaguinha na Sul-Americana. A goleada para o desesperado Fortaleza não estava nos planos e foi uma dura lição para o time, que entrou desligado em campo. Flávio confirmou o péssimo momento que vive ao levar um frango com menos de um minuto de jogo. Depois, o time se abriu inteiro e deixou o Fortaleza a vontade para fazer gol atrás de gol. Os cearenses chegaram a marcar 5 x 1, mas o Paraná ainda descontou duas vezes para diminuir a vergonha. Bom mesmo só para Renaldo, que com dois gols de pênalti – que ele nunca perde – está apenas um atrás do artilheiro Dimba.
Recuperação rubro-negra
Já o Atlético parece que acordou e com vitórias seguidas já luta com o Paraná pela vaga na Sul-Americana. Adriano voltou a jogar bem e Jádson prova a cada dia que tem um bom futuro pela frente. Mário Sérgio acertou a equipe, que poderia até ter conseguido melhor sorte se não demorasse tanto a engrenar.
Perfeição
A Seleção de Bernardinho parece ser como os bons vinhos, melhor a cada dia. Com atuações quase impecáveis venceu todas as 11 partidas disputadas na Copa do Mundo e conquistou mais um campeonato. Agora, os "meninos do vôlei" detém ao mesmo tempo três dos principais títulos do esporte: o Campeonato Mundial, a Copa do Mundo e a Liga Mundial. Falta apenas reconquistar o título olímpico, algo que tem grandes chances de acontecer no ano que vem. Até lá, com certeza serão meses e meses de muito treinamento e cobrança do perfeccionista Bernardinho. O país das chuteiras vai para Atenas com ótimas chances de ganhar medalhas com as mãos, nas quadras e na areia, no masculino e no feminino.
Nota 10
Para Ricardinho e Serginho, pequenos no nome mas gigantes no talento.
Nota 0
Para Coritiba e Paraná, que cantaram vitória antes da hora.