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Remédio contra insônia

29 mar 2005 às 11:00
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Quem conseguiu se manter acordado em frente a TV no domingo assistindo Brasil X Peru perdeu quase duas horas que poderiam ser dedicadas a ações mais interessantes e produtivas. É impressionante o quanto a seleção se confunde quando submetida a uma marcação forte. O time fica sem qualquer possibilidade de saída de bola e passa a abusar de toques laterais, lançamentos sem objetivo ou arrancadas individuais que normalmente terminam com o desarme do adversário.

Parreira insiste em um esquema de jogo que deixa a equipe sem criatividade e bem recuada, com apenas um atacante isolado na frente, em claro retrocesso ao esquema de 94, quando ao menos haviam dois avantes. Se anteriormente Zagallo "criou" o esquema 4-3-1-2, testando vários jogadores para ser o tal do "número 1" - sem sucesso algum, aliás; Parreira agora inventou uma nova forma de definir a formação tática da equipe: o 4-2-2-2. Na teoria, além da linha formada por zagueiros e laterais, haveriam três linhas de dois: volantes, meias e atacantes.

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Só faltou explicar aos jogadores, que continuaram a atuar no sistema anterior, uma espécie de losango no meio de campo – na maioria das vezes um pentágono, com um dos atacantes recuado – que se mostrou ineficaz contra qualquer time que tenha a marcação como maior objetivo. Assim, Emerson jogou de volante de contenção – sem a liberdade de atacar que tem na Juventus –, Juninho Pernambucano e Zé Roberto ficaram muito presos ao meio, e Kaká e Ronaldinho Gaúcho se revezaram na armação de jogadas, deixando Ronaldo isolado na área. Tanto não funcionou que as melhores oportunidades foram criadas pelo impressionante Cafu e suas subidas ao ataque.

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O tal do 4-2-2-2 foi um pouco mais legítimo no segundo tempo, quando ocorreu a tão esperada entrada de Robinho, mas sem grandes mudanças no ritmo de jogo. O xodó da torcida não se encontrou no esquema e, apesar de um maior número de oportunidades, a seleção continuou muito tímida em campo. Se não fosse um lance isolado de Ronaldo e Kaká, a equipe chegaria ao terceiro 0 x 0 consecutivo.

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No fim, o resultado praticamente garantiu o Brasil na próxima Copa, mesma situação dos argentinos, mas mostrou que se Parreira não acordar vai ser difícil defender o título mundial. Por mais incrível que pareça, ver a seleção em campo só traz saudades dos tempos do Scolari, que ao menos fazia o time jogar com vontade.


Notas

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Dida – Quase um espectador, 6;


Cafu – Um dos melhores do time. Criou a maioria das jogadas de ataque com o fôlego de sempre, 6,5;

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Lúcio – Quase entregou o jogo em duas oportunidades. Não dá para entender porque está na seleção, 3;


Juan – Ao contrário do parceiro de zaga, não comprometeu. Mas fez uma falta violentíssima que merecia expulsão e suspensão mais longa (só recebeu amarelo), 4;

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Roberto Carlos – Não apareceu tanto no ataque quanto Cafu, mas fez alguns bons lançamentos, 5,5;


Emerson – Fez o que sabe e o que o técnico deixa, 5;

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Juninho Pernambucano – Desperdiça seu talento num esquema muito defensivo, mas não esteve bem, 5;


Zé Roberto – Discreto como sempre. Titular absoluto sabe-se lá porque, 4;

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Ronaldinho Gaúcho – Muito aquém do jogador que é no Barcelona. Mas mesmo assim acima da média, 6,5;


Kaká – Se esforçou, apesar de prender demais a bola, e fez um gol de oportunismo, 7;


Ronaldo – Perdeu dois gols incríveis mas deu o passe para Kaká marcar, 5,5;


Robinho – Não correspondeu as expectativas nem encaixou no time. Precisa de mais um tempo para se adaptar ao esquema de jogo, 5,5;


Renato – Entrou para segurar o resultado e para recompor o esquema medroso de três volantes. Cumpriu sua função, 5,5;


Parreira – Inventou um esquema que só existe no papel, insiste com jogadores que não justificam seu lugar na seleção e ainda teve a coragem de retrancar a equipe no fim para garantir o resultado, 0.


Nota 10


Para a torcida de Goiânia que merecia um jogo melhor.


Nota 0

Para o mal humor e o esquema retranqueiro de Parreira.


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