A ressaca do Carnaval ataca alguns dos grandes clubes brasileiros. A festa parece não ter acabado ainda para flamenguistas, campeões da Taça Guanabara; para o Paulista de Jundiaí, que goleou o Santos e lidera um dos grupos do Paulistão; e para os palmeirenses, que além da boa campanha no estadual vibram com o título de sua escola de samba na segunda divisão do Carnaval paulista.
Por outro lado, resta o gosto de cabo de guarda chuva para o Paraná, humilhado com a "classificação" para o Torneio da Morte, e para o Corinthians, que além da lanterna em sua chave no estadual viu a Gaviões da Fiel ser rebaixada na avenida.
De todos quem mais tem a lamentar é o Paraná, que após uma pífia campanha se prepara para disputar a mais triste competição de sua recente história. E a torcida sabe que se o time não se cuidar a Segundona pode ser o destino do tricolor.
Alma lavada
Depois de mais um Fla-Flu inesquecível, o rubro-negro carioca conquistou a Taça Guanabara com uma bela exibição de Felipe, Zinho e Íbson, sem contar com o agora iluminado Roger e seus gols decisivos. No papel o time parecia ser presa fácil para a constelação do Fluminense. Mas com Romário, Edmundo e Ramon sem ritmo de jogo, além do Roger tricolor em tarde não muito inspirada, o favoritismo acabou por se dissolver. Destaque apenas para a garra que levou a equipe, apesar de jogar pior do que o Flamengo, a buscar por duas vezes o empate. Mas a vitória flamenguista por 3 x 2 foi totalmente justa.
Alma lavada 2
Fora do campo a torcida palmeirense comemorou a maior vitória de 2004 ao vencer o grupo de acesso do carnaval paulistano e subir para o grupo principal no lugar dos arqui-rivais corintianos. Carnaval sem hora para acabar.
Fruto do trabalho
O Paulista de Jundiaí confirmou o seu bom momento goleando o célebre Santos por 4 x 0. Méritos para um clube muito bem organizado que após alguns anos de investimentos em estrutura e formação de base começa a colher os frutos do bom trabalho. E o técnico Zetti mostra que tem talento para a função de instruir a equipe aproveitando a visão privilegiada que sua posição de goleiro proporcionou em anos de carreira. Mas o melhor é que após alguns anos de perda de identidade quando foi sucessivamente batizado de Lousano Paulista e Etti Jundiaí, o Paulista voltou a seu nome de origem, o que parece que deu sorte.
Briga boa
Luís Fabiano e Vágner Love brigam diretamente pela artilharia do Paulistão, apesar de alguma ameaça de Robinho. São dois atacantes de características parecidas que têm um futuro promissor. O são-paulino já tem vaga na Seleção, pena que só para assistir aos jogos.
Sono sem fim
Por falar em Seleção, o amistoso contra a Irlanda pode ser considerado o mais poderoso e eficiente remédio contra a insônia inventado nos últimos tempos. Com toda razão os atletas que jogam na Europa e fazem parte do grupinho fechado de Parreira evitam ao máximo arriscar suas preciosas canelas e nem se esforçam para proporcionar ao menos algum espetáculo. Melhor seria convocar as jovens revelações que atuam no país que se empenhariam mais para tentar uma vaguinha no time. E absurdo dos absurdos é obrigar jogadores como Marcos e Luís Fabiano a fazer uma viagem intercontinental para ficar só vendo o jogo.
O estranho Guga
Não é apenas pelo cabelo raspado, mas Guga anda estranho no Aberto do Brasil. É impressonante como após lances mágicos, de puro talento, ele se desconcentra e entrega pontos fáceis a seus adversários. Ao menos já dá mostras de que está muito mais próximo de repetir as atuações históricas que levaram a três conquistas em Rolland Garros.
Chama atenção também o francês Gasquet, que aos 17 anos desponta como um próximos grandes campeões do tênis. Ele deu bastante trabalho para Guga no primeiro set mas não tem ainda um preparo físico adequado para enfrentar as longas disputas típicas do esporte. Quando resolver este problema deve ir muito longe.
Nota 10
Para a festa da torcida carioca no segundo Fla-Flu inesquecível do ano que apenas começa.
Nota 0
Para Parreira e seus sonolentos craques.