O calendário apertado impediu que a maioria dos atletas pudessem aproveitar a festa da carne e os obrigou a treinar duro no feriado prolongado. Fora uma ou outra exceção, como Romário, que treina e joga quando tem vontade, os jogadores tiveram que fazer a lição de casa e deixaram os festejos de Momo de lado. Nem mesmo àqueles que sempre dão uma escapadinha do frio europeu para curtir a folia na Sapucaí apareceram.
Afinal, os estaduais tiveram rodadas no sábado e voltam a campo na quarta-feira de cinzas. Sem falar no amistoso (ou seria melhor dizer exibição) da Seleção nos confins da Ásia, que só os mais animados foliões devem ter assistido. Jogo que teve resultado esperado, vitória do Brasil sobre o ingênuo time de Honk Kong por 7 x 1, apesar das inúmeras chances de gol perdidas, e uma notícia preocupante: Parreira admitiu que escalará Emerson – o mesmo que por intervenção dos céus "desfalcou" a equipe na última Copa e abriu uma vaguinha para Ricardinho – como titular nos dois próximos jogos das Eliminatórias. Depois reclama que os críticos pegam no pé.
Infelizmente o técnico voltou aos velhos tempos da retranca e da priorização do "sistema de jogo" ao talento individual. Isso após ter vivido uma fase de ousadia na época do Corinthians, jogando com três atacantes – pena que foi uma febre passageira. Ainda bem que as outras equipes sul-americanas andam bem fraquinhas. Não fosse isso o Brasil estaria seriamente ameaçado de perder a vaga na próxima Copa.
Japan Pop Show
O Japão de Zico estreou na fase final das Eliminatórias asiáticas com uma difícil vitória sobre a Coréia do Norte. Como no outro jogo da chave houve empate entre Bahrein e Irã, o Galinho começa a pavimentar o caminho rumo á Alemanha. No outro grupo, liderança da Coréia do Sul, que venceu o Kuwait. Arábia Saudita e Uzbequistão só empataram e dividem a vice-liderança. Os dois primeiros de cada grupo se classificam diretamente. Os dois terceiros colocados disputam vaga para a repescagem contra o quarto colocado da Concacaf – América do Norte, Central e Caribe.
Sábado de cinzas
O Fla-Flu, que para Nelson Rodrigues nasceu mil anos antes do nada, viveu no sábado de Carnaval a página mais triste de sua história. Sem chance de chegar às semifinais da Taça Guuanabara, as duas equipes desfilaram a incompetência habitual para um desanimado Maracanã. Nem mesmo os dois gols de cada equipe animaram as sofridas torcidas. Pior para os rubro-negros que viram o seu time terminar o primeiro turno na lanterna do estadual. Como já dizia a música: "Tristeza não tem fim, felicidade sim".
Lição fora de casa
O Coritiba cumpriu com folgas o seu papel ao vencer o CFZ por dois gols de diferença, fora de casa, eliminando o jogo de volta. Folga que vem em boa hora num calendário tão apertado.
Já o Londrina decepcionou mais uma vez sua torcida ao ser goleado pelo Esportivo de Bento Gonçalves. Agora precisa vencer por pelo menos 3 x 0 no jogo de volta. Pelo jeito a Copa do Brasil já era. O Cianorte conseguiu vencer, mas levou um gol em casa ( 2 x 1) e pode ser prejudicado por isso. De qualquer forma, joga por um empate na casa do adversário.
Testemunha
Dia desses, fui uma das 180 testemunhas presentes ao quase clássico do futebol paranaense: Império x Londrina, na Vila Olímpica do Boqueirão. Clima de suburbana na primeira divisão do estadual.
Gauche
Pizzonia, o eterno piloto de testes.
Nota 10
Para Gustavo Kuerten, pela maturidade e tranqüilidade para só voltar quando estiver totalmente recuperado. Tomara que em Roland Garros o velho Guga esteja de volta.
Nota 0
Para Parreira e o retorno de Emerson à Seleção.