Com 12 rodadas ainda pela frente, o Atlético é a única equipe que depende apenas de suas próprias forças para conquistar o Brasileirão. A confortável posição foi conquistada com vitórias sobre Vitória e Atlético Mineiro – esta com direito a um show de Jadson – e um tropeço do até então líder Santos contra o Internacional. Se o time souber superar os desfalques (Jadson e Dagoberto já não jogam amanhã) e mantiver as boas atuações o título torna-se uma meta real.
E pode vir com direito a artilharia do campeonato, já que Washington conseguiu livrar uma boa distância de Alex Dias, do decadente Goiás, e dificilmente perde esta batalha. Fichinha para quem superou os graves problemas no coração. A meta do "Coração de Leão" agora é superar a marca de 32 gols em uma única edição de campeonato, hoje nas mãos de Dimba.
A ameaça
Do outro lado, o Santos continua na briga mas tem pela frente algumas partidas teoricamente mais difíceis, a começar pelo clássico contra o Corinthians – se bem que o Furacão encara o forte Juventude. A vantagem do Peixe está em seu elenco mais numeroso, que oferece a Luxemburgo mais opções de jogo do que as disponíveis para Levir Culpi. Uma boa briga que deve durar até as rodadas finais e pode contar com a participação também do São Caetano, que voltou a crescer e, apesar dos nove pontos de desvantagem para o rubro-negro, ainda mantém esperanças.
Mas como cada equipe pode fazer no máximo 36 pontos – exatamente a diferença do líder para o lanterna Guarani –, a briga deve mesmo se resumir aos campeões de 2001 e 2002.
Alívio momentâneo
O Paraná venceu o clássico contra o Coxa, chegou pela primeira vez no campeonato a duas vitórias consecutivas, e ganhou mais duas posições na tabela. Continua na zona de rebaixamento mas voltou a ter confiança e esperança de escapar da degola. Contra o Palmeiras tem a oportunidade de provar que as últimas boas partidas não foram obra do acaso.
O Coritiba já começa a planejar o ano que vem, e usa o resto do campeonato para definir as carências no elenco e testar novos valores. Até para começar a procurar reforços para as próxima scompetições.
A água que eles bebem
O fim de semana foi marcado por duas conquistas brasileiras no automobilismo. Tony Kanaan conquistou o título da IRL – feito inédito para os pilotos do país – e Nelson Ângelo Piquet imitou o pai – fato também inédito – e sagrou-se campeão da F-3 inglesa, tornando-se de quebra o mais jovem piloto a conquistar o principal campeonato da categoria em todo o mundo (a marca anterior era de Barrichello).
Kanaan já havia passado perto do título e venceu com folga, pontuando em todas as etapas e sagrando-se campeão com uma corrida de antecedência, deixando para trás seu companheiro de equipe Dan Wheldon. Pena que nunca teve uma chance de pilotar na F-1, porque poderia até fazer uma boa carreira.
Já Piquet teve tarefa mais dura e só confirmou o título na primeira bateria da rodada dupla final do campeonato. Os dois, aliás, confirmaram o título chegando em segundo lugar. Nelsinho ainda coroou a conquista com a vitória na segunda bateria. No ano que vem deve disputar a nova GP2, que substituirá a F-3000 como último degrau antes da F-1, categoria em que pode até descolar uma vaguinha como piloto de testes. Em breve a principal categoria do automobilismo mundial deve ter de volta um sobrenome tricampeão.
Nas palavras de Jackie Stewart, o segredo dos pilotos brasileiros deve estar "na água que eles bebem".
Hora do carimbo
O Brasileirão para por alguns dias para a disputa das Eliminatórias. O Brasil joga contra Venezuela e Colômbia e pode dar passos importantes para garantir a muito provável classificação. Se vencer as duas partidas fica em posição cômoda na luta por um das quatro vagas diretas para a Copa de 2006. Rodadas que incluem outros jogos em toda a América, Ásia, África e Europa, movimentando o futebol mundial.
Nota 10
Para Kanaan e Piquet pelas respeitáveis conquistas.
Nota 0
Para o Cômite Olímpico Brasileiro, que segue o péssimo exemplo das Confederações com sucessivas reeleições de seu presidente. Continuísmo danoso ao esporte.