Janeiro é tradicionalmente o tempo de férias, negociações e especulações no futebol brasileiro. Temporada animada este ano pelo Corinthians e a nebulosa parceria com a MSI, que já trouxe Tevez, Carlos Alberto e tenta Vágner Love. O Timão é o único clube que está com as burras cheias mas se não gastar direito agora não vai ter oportunidades tão boas no futuro.
Destaque também para O Cruzeiro, que contratou de baciada e garantiu bons jogadores como o goleiro Fábio e Athirson. E para o Santos que trouxe o goleiro Henao (que na Libertadores do ano passado se desentendeu com grande parte dos seus atuais companheiros de clube) e Tcheco, que deve formar com Ricardinho uma excelente dupla de meio-campistas.
Já no Rio de Janeiro, houve a tradicional dança das cadeiras, Romário para lá, Felipe para cá, e quem sabe Roger, Ramon e Edmundo entrem na dança. Mas restam ainda boas opções nas prateleiras como Petkovic, e outras nem tanto, como Juninho Paulista, Marcelinho Carioca, Luizão, todos já na fase descendente da carreira.
Por aqui, mais perdas do que conquistas. Washington saiu do Atlético e o Paraná perdeu sua base do meio campo, já que Cristian e Marcel agora reforçam o Palmeiras. A melhor contratação até agora foi do Coxa, que trouxe Marquinhos para organizar o meio-campo. O Rubro-Negro trouxe os raçudos Baloy e Alex Mineiro, que podem ser úteis na Libertadores.
Por lá também
A Europa completa a primeira metade da temporada mais se desfazendo de jogadores que não deram certo do que contratando. A repatriação de alguns brasileiros que andavam por lá mostra que novas investidas no mercado latino só no meio do ano. Época em que Robinho, Elano, Tevez e outras estrelas devem fazer as malas.
De novidade mesmo só a estréia de Luxemburgo no Real Madrid. Coroada com duas vitórias em duas partidas, sendo que uma delas durou apenas seis minutos. Apesar de ainda ter muito trabalho para transformar o "catadão" de craques merengue em um time de verdade, o treinador já mostrou que a sorte continua a seu lado. Aliada a sua habitual competência em montar equipes adequando o estilo de jogo a seus jogadores (ao contrário, infelizmente, do que faz Parreira na Seleção) pode dar samba.
Exemplo que não foi seguido
Tido como arrogante, mau caráter e outros adjetivos menos abonadores, Michael Schumacher doou US$ 10 milhões às vítimas da Tsunami que arrasou parte da Ásia. Exemplo que não foi seguido pelos milionários craques do futebol mundo afora. Estes continuam gastando fortunas: Beckham no batizado dos filhos, Ronaldinho em um suntuoso casamento em um castelo medieval. O mundo do futebol no máximo prometeu realizar amistosos para arrecadar dinheiro (dos outros) para os sobreviventes.
Riscos assumidos
Duas mortes no Paris-Dakar, uma no Aconcágua. Manchetes de sobra para a imprensa sensacionalista. Na verdade, apenas um dos desfechos possíveis dos riscos assumidos em esportes perigosos.
Nota 10
Para Lars Grael, pela superação na conquista do Sul-Americano da Classe Star. Para Michael Schumacher pela polpuda doação às vítimas da Tsunami.
Nota 0
Para os magnatas do futebol, do basquete, do automobilismo e de tantos outros esportes por fingir que a tragédia da Tsunami não tem nada a ver com eles.