A polêmica sobre o local de realização da primeira partida da final da Libertadores ganhou mais destaque até do que a preparação dos times para os dois confrontos. O Atlético tinha todo o direito de querer que a partida acontecesse em seu estádio, da mesma forma que tinha o dever de saber, desde o início da competição, da capacidade mínima de público exigida para a final. Ou será que a diretoria não acreditava nas possibilidades do time chegar à decisão?
Pelo que o time fez nas últimas partidas do torneio continental – enquanto no Brasileirão vai de mal a pior – e pela força de sua torcida, é óbvio que a final deveria ser em Curitiba, até mesmo porque a Arena é sem sombra de dúvida o estádio mais moderno do país, até por sua juventude. Mas a improvisação digna de espetáculos mambembes das arquibancadas temporárias não condiz com a visão de modernidade que o clube tenta vender. Sem falar que é um risco para a torcida, apesar dos laudos técnicos e das vistorias do Crea e do Corpo de Bombeiros.
Se o jogo não fosse para Porto Alegre, seria visível a preferência dos torcedores por um lugar no setor definitivo do estádio, restando as arquibancadas temporárias para os retardatários. A construção simboliza perfeitamente o imbroglio interminável com os donos do terreno e os locatários do colégio que durante anos impediu a conclusão do estádio, o que já motivou muitas chacotas dos torcedores rivais.
Pena que um jogo dessa importância, e que deve ser empolgante, comece com uma polêmica extra-campo tão grande como essa. Coisas que só os dirigentes brasileiros e sul-americanos são capazes de proporcionar.
Furacão
Após despachar Santos e Chivas com muita propriedade, o Atlético se credenciou ao título continental, principalmente se jogar com a mesma vontade demonstrada nessas partidas. O São Paulo parece ser uma equipe mais acertada, mas o Furacão tem a seu favor o fato de não ser considerado favorito. Mas perde bastante por jogar longe de sua torcida nas duas partidas.
Medo besta
É consenso entre os boleiros que o São Paulo estaria tremendo e temendo a Baixada, por isso exigiu da Conmebol e da CBF a transferência do jogo para Porto Alegre. Se for isso mesmo é uma decisão boba dos tricolores, já que o Beira Rio tem um campo com dimensões maiores, que beneficia o time que precisa atacar.
Burrice
O regulamento da Libertadores erra feio ao mudar as regras para a final, única fase eliminatória onde os gols marcados fora de casa não servem como critério de desempate.
Primeiro ou segundo
Em jogos de ida e volta, alguns defendem que é melhor levar a primeira partida em banho-maria e deixar a decisão para o segundo confronto. Outros afirmam que o certo mesmo é abrir uma boa vantagem já no primeiro jogo para jogar com tranqüilidade e explorando o contra-ataque no jogo de volta. Esta parece ser a tática adotada pelas duas equipes, garantia de um jogo empolgante no Beira Rio.
Sufoco
O Paraná trouxe três pontos até inesperados do jogo contra o Fluminense, que era líder do campeonato e jogava em casa. Mas passou um sufoco danado para escapar da pressão dos cariocas. O resultado foi bom, mas a forma como veio foi de maltratar o torcedor.
Tranqüilidade
Já o Coxa venceu até com alguma folga o Paysandu. Jogando em casa e com estádio cheio cumpriu sua obrigação e segue bem colocado no campeonato. Destaque para a boa exibição de Jackson e para a estréia animadora de Caio.
Brisinha
Os reservas do Atlético perderam para o Brasiliense, com direito a gol de Marcelinho Carioca em assistência de Oséas. Aliás, o baiano costuma jogar bem contra o clube que o levou ao sucesso. O rubro-negro segue na lanterna e está sete pontos atrás do primeiro time que escapa do rebaixamento. O campeonato é longo, mas já está na hora de reagir.
Decepção
Pela classificação atual, seriam rebaixados Flamengo, Vasco (apesar dos pontos ganhos do Brasiliense no tapetão), e os dois Atléticos, que juntos conquistaram 11 títulos brasileiros.
Nota 10
Para o Atlético na final da Libertadores.
Nota 0
Para a confusão e falta de planejamento que levaram a final para o Beira Rio.