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Documentários temáticos ganham espaço nos streamings

CV Bonde
01 jul 2022 às 15:10
mulher sentada no sofa em frente a tv
- Imagem de yousafbhutta por Pixabay

O mundo do entretenimento audiovisual tem visto um fenômeno interessante acontecer nos últimos dez anos: o crescimento exponencial no interesse pelos documentários. Antes uma forma de filmar reservada a trabalhos científicos ou acadêmicos, hoje eles possuem uma linguagem versátil, que permite contar uma história verídica sem perder o apelo do divertimento.


O grande impulso veio com o boom dos streamings que, baseados em algoritmos, conseguiram perceber alguns interesses específicos de seus assinantes. E onde há demanda, haverá oferta. Em pouco tempo, os principais players do mercado começaram a ofertar essas produções em suas plataformas.


E como o algoritmo não descansa nunca, uma vez que o espectador assiste um título, sua preferência fica registrada, e logo novas sugestões começam a pipocar na tela principal. Por isso, os documentários não ganharam apenas espaço. Também ganharam companhia. São os documentários temáticos, obras de diferentes autores abordando temas semelhantes. Uma mão na roda para quem tem um interesse específico.


A primeira incursão desse estilo contou com, certamente, os clássicos shows de vida selvagem. Quem não se lembra dos programas Nosso Planeta de sir David Attenborough, ou os similares da National Geographic e Discovery Channel, com as infalíveis cenas do leão correndo atrás da zebra?


Nos anos 80, brilhou a estrela de Carl Sagan, o astrônomo de Cosmos, um documentário que levou uma geração inteira a sonhar com a vida em outros planetas.  A versão repaginada do programa tem Neil deGrasse Tyson como anfitrião, um dos cientistas que frequentemente desafia as teorias conspiratórias. Que, aliás, protagonizam uma divertida e esclarecedora produção sobre o assunto, chamada A Terra é Plana. Ele até corrigiu James Cameron ao filmar Titanic, o que levou à refilmagem de uma cena do filme.


Que, aliás, estrelam uma divertida e esclarecedora produção sobre o tema, chamada A Terra é Plana (alerta de spoiler: não é).


Mas nem é preciso subir tão alto para ter um bom programa. O amplo acesso aos drones permitiu que se criassem as docuseries aéreas, como O Mundo visto de Cima e Brasil visto de Cima, com belíssimas cenas de locais que até há pouco só podiam ser vistos pelos olhos dos pássaros.


Também há opções dedicadas à vida de grandes personalidades. De Pelé a Bob Marley, de Schumacher a Marie Curie, de Bill Gates a Taylor Swift, a lista é extensa, e estamos só na Netflix. Há mais em outras plataformas como o YouTube, inclusive algumas com tempero bem pernambucano, como o documentário sobre os dez anos da banda As Severinas. Para um verdadeiro fã, oportunidades únicas de conhecer detalhes de bastidores do seu famoso favorito e, não raro, ver imagens nunca antes divulgadas.


A plataforma Netflix também oferece diversos títulos sobre um dos jogos de cartas mais emblemático e – por que não dizer? – mais cinematográfico que existe: o poker. Na lista de documentários sobre o tema estão filmes como All In: The Poker Movie, tutoriais com nomes lendários e até mesmo especiais no início da temporada. Tudo que um fã precisa para mergulhar no seu hobby.


Outro estilo interessante de conteúdo são aqueles dedicados ao vídeo-coaching, programas com dicas de profissionais para o sucesso pessoal. Um bom exemplo é The Playbook, uma docusérie onde técnicos campeões de vários esportes compartilham seus ensinamentos para a vida. Destaque para José Mourinho e sua icônica frase “Eu não treino jogadores de futebol. Eu treino times de futebol”.

tela de computador

E para quem gosta de tudo um pouco, sem nunca perder a curiosidade, a docusérie Explained oferece temas variados e procura explicar o interesse humano naquele tema. Astrologia, tatuagem, críquete, música, crise hídrica, longevidade, mercado de ações, vida extraterrestre... é um menu realmente bem variado, o que aumenta as chances de encontrar algo de interesse e de despertar novamente nosso amigo, o algoritmo.


E nem ele escapa do escrutínio dos documentários.  Em The Social Dilemma, o algoritmo usado pelas redes sociais é dissecado de uma maneira teatral e divertida, e o programa mostra como ele age para fazer você receber, continuamente, mais daquilo que gosta – e menos daquilo que ele acha que você não gosta. Uma realidade que, para alguns, parece chocante. Mas talvez seja precisamente essa a função do documentário. Mostrar as coisas como ela são – sejam elas belas ou tolas, agradáveis ou inconvenientes.

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