A Comitê Executivo da Agência Mundial Antidoping (Wada) recomendou ao Comitê Olímpico Internacional (COI) que considere negar a participação de todos os atletas submetidos ao Comitê Olímpico Russo. A recomendação também vale para os paratletas russos ligados ao seu respectivo comitê. O Wada também sugere que o acesso de autoridades do governo russo aos Jogos Rio 2016 seja negado.
As recomendações foram feitas após a divulgação de um relatório assinado pelo professor Richard McLaren. Ele foi nomeado pela agência para conduzir a investigação baseada nas denúncias do ex-diretor do Laboratório de Moscou, Grigory Rodchenkov, sobre adulteração de testes antidoping para mascarar o uso de substâncias proibidas pela Wada.
No relatório, McLaren cita a troca de amostras como um dos métodos para esconder o doping de atletas. Amostras "limpas" eram usadas no lugar da urina coletada de atletas dopados. Segundo as investigações, exames de DNA apontaram três amostras incompatíveis com os atletas correspondentes.
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McLaren também cita outra forma de burlar os exames antidoping, a "metodologia do desaparecimento positivo". É assim que ele chama a prática de camuflar, em estágio laboratorial, resultados de atletas que não foram beneficiados por outras práticas fraudulentas nos estágios iniciais, como a coleta de amostra ou seu processo de transporte.
O relatório afirma que as fraudes em testes antidoping foram postas em prática do final de 2011 até agosto de 2015 na Rússia. Além disso, diz que atletas russos "de uma vasta maioria de esportes de verão e inverno" eram beneficiados pela "metodologia do desaparecimento positivo".
McLaren também diz que houve participação de membros do governo russo no esquema. O ministro do Esporte da Rússia, bem como agências governamentais, como a FSB (Serviço de Segurança Federal da Rússia, que substituiu a antiga KGB); e a CSP (Centro de Preparação Esportiva para Atletas Russos), estariam também envolvidos. Além disso, McLaren disse que autoridades russas sabiam da prática por atletas participantes dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi 2014.
COI se reunirá amanhã
O Comitê Olímpico Internacional (COI) divulgou nota afirmando que fará uma reunião amanhã (19), por teleconferência, "para tomar as primeiras decisões" sobre as denúncias expostas pela Wada. Dessa reunião, podem sair as primeiras medidas para assegurar o bom andamento dos Jogos Rio 2016.
O presidente do COI, Thomas Bach, também se manifestou. Ele chamou o episódio de "um chocante e sem precedentes ataque à integridade do esporte e aos Jogos Olímpicos" e disse que o Comitê Olímpico "não hesitará em aplicar as mais duras sanções disponíveis contra qualquer indivíduo ou organização envolvida".
Putin fala em politização do esporte
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, criticou o que chamou de um perigoso reaparecimento "da política que interfere no esporte". Disse ainda que todos os dirigentes acusados de envolvimento em um escândalo de doping foram suspensos de seus cargos até que as investigações sejam concluídas.
Rio 2016
Em nota, o Comitê Rio 2016 disse que apoia "a política de tolerância zero do COI em relação a atletas que buscam trapacear através do doping" e tem "o firme compromisso de proteger os atletas limpos. Eles são os melhores exemplos para futuras gerações. Nós vamos trabalhar arduamente junto ao COI e nossos parceiros em nossa obsessão de prover Jogos limpos, entregando plenos esforços para apresentar os Jogos que a sociedade brasileira merece e que serão inaugurados em 5 de agosto com uma celebração mágica do esporte e da transformação."
* Com informações da Ansa Brasil