Das 67 medalhas conquistadas pela Jamaica desde que participou dos Jogos Olímpicos pela primeira vez, em 1948, 66 delas foram obtidas no atletismo - a exceção deve-se a David Weller, no ciclismo, em Moscou-1980. Há quatro anos, o país fez a sua melhor campanha da história ao colocar 12 atletas no pódio em Londres. De acordo com Michael Fennell, presidente da Associação Olímpica da Jamaica, a meta para o Rio-2016 é garantir "uma conta semelhante".
Para cumprir tal objetivo na Olimpíada, a entidade sabe que a presença de Usain Bolt na delegação jamaicana é fundamental. Depois de mais de uma semana de mistério, o nome do astro deve ser confirmado nesta segunda-feira para as provas de 100 metros e de 200 metros rasos.
Mas outros atletas também carregam grande responsabilidade. É o caso dos velocistas Yohan Blake e Shelly-Ann Fraser-Pryce - bicampeã olímpica e tri mundial. As novidades podem ficar por conta de Elaine Thompson, que cravou 10s70 nos 100 metros na seletiva jamaicana e igualou o recorde nacional, e de Nickel Ashmeade.
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A Associação Jamaicana de Atletismo (JAAA, na sigla em inglês) também evita apontar números e reconhece que a pressão por conquistas, especialmente nas provas de velocidade, é grande. "Se a gente for para os Jogos Olímpicos e voltar com cinco medalhas, vão pensar que falhamos. As pessoas na Jamaica querem ver resultados", disse Ludlow Watts, que vai gerenciar os jamaicanos no Rio.
A tradição da Jamaica nas pistas está longe de se repetir nas provas de campo. Mas O’Dayne Richards, do arremesso de peso, tentará mudar esse cenário. Medalha de bronze no Mundial de Pequim, no ano passado, o atleta pode surpreender. "O’Dayne tem se destacado nas disputas internacionais e esperamos que ele vá bem no Rio", projetou Michael Fennell.
Atletas de outros esportes também tentam quebrar essa hegemonia do atletismo. Porém, a limitação de recursos é um entrave para a o desenvolvimento deles na Jamaica. "Uma das chaves do alto nível é competir regularmente em outros países e isso tem um alto custo", explicou Fennell.
No Rio, a esperança é Alia Atkinson, da natação. Em 2015, tornou-se a primeira mulher negra campeã mundial em piscina curta, em Doha (Catar). Meses depois, garantiu ao seu país a inédita medalha em Mundiais de piscina longa (50 metros). A missão também cabe a Yona-Knight Wisdom (saltos ornamentais) e Toni-Ann Williams (ginástica artística).