Não foi a guerra que se esperava, mas o Brasil passou bem no duelo pela Itália e tentará diante de Cuba, neste domingo, o tricampeonato mundial de vôlei. Sem o levantador Bruno, que se lesionou ainda no segundo set, mas com grande atuação do oposto Leandro Vissotto, maior pontuador do jogo, com 24 acertos, o time do técnico Bernardinho venceu neste sábado os donos da casa por 3 sets a 1, com parciais de 25/15, 25/22, 23/25 e 25/17, em 1 hora e 39 minutos de jogo.
Com o resultado em Roma, o time brasileiro aumentou sua invencibilidade diante dos italianos para 12 jogos - a última derrota no duelo foi pela Liga Mundial de 2003, em Brasília - e se classificou para sua terceira decisão consecutiva do Mundial. Em 2002, bateu a Rússia, na Argentina, e quatro anos depois passou pela Polônia, no Japão. Agora, o rival será Cuba, que chegou à final do campeonato pela segunda vez na história, depois de fazer 3 a 2 na Sérvia na semifinal.
O confronto deste domingo será o segundo entre os times neste Mundial disputado na Itália - os cubanos venceram por 3 sets a 2 ainda na primeira fase do campeonato. As equipes poderiam ter se enfrentando mais uma vez se o Brasil não tivesse sofrido uma derrota suspeita para a Bulgária por 3 a 0, que a colocou numa chave teoricamente mais fácil, com República Checa e Alemanha, na terceira fase.
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O jogo contra a Itália prometia ser uma guerra de nervos, mas o Brasil controlou as ações no começo e não deixou os 11 mil torcedores no ginásio de Roma se inflamarem. Murilo forçou o saque e fez com que a seleção brasileira já abrisse logo de cara três pontos de vantagem. A Itália, com muitos erros de recepção, em nenhum momento chegou a ameaçar a superioridade do time de Bernardinho, que não teve grande trabalho para fechar em 25 a 15, em apenas 21 minutos. Leandro Vissotto, com sete pontos em sete ataques, foi o grande destaque da parcial.
O clássico comentou a esquentar no segundo set, com os fiscais, italianos, marcando todos os pontos duvidosos a favor dos donos da casa, que ficaram em vantagem pela primeira vez no placar. Aparentemente mais ansiosos, os brasileiros erraram muitos contra-ataques e ainda sofreram o desfalque de Bruno, que teve o tornozelo esquerdo atingido por Murilo e precisou ser substituído por Marlon. Mas o levantador reserva entrou bem, e o Brasil continuou aproveitando a fraca recepção italiana para fazer 25 a 22, em 28 minutos.
A Itália finalmente acertou sua defesa no terceiro set e dificultou as viradas de bola do Brasil, que também se mostrou desconcentrado, com erros tolos de ataque. Os anfitriões rapidamente abriram quatro pontos de vantagem e dominaram o placar o tempo todo. Bernardinho parou o jogo duas vezes e fez a inversão do 5-1 com as entradas de Bruno, protegido por uma bota de esparadrapo, e Théo. A equipe melhorou, chegou a diminuir a diferença para um ponto, mas a defesa vacilou num desengonçado ataque de meio de Mastrangelo e não evitou a derrota por 25 a 23, em 27 minutos.
O Brasil começou o quarto set ainda com Marlon como titular e com o bloqueio afiado, tocando em quase todas as bolas. Com isso, não demorou para abrir 6 a 2 em dois erros consecutivos de ataque do oposto italiano Fei, imediatamente substituído por Lasko. Com Vissotto novamente inspirado, o time bicampeão mundial jogou solto e disparou no placar, fechando em 25 a 17, em 23 minutos.
O título mundial será decidido neste domingo, a partir das 16 horas (horário de Brasília), entre Brasil e Cuba. Um pouco mais cedo, Itália e Sérvia decidirão o terceiro lugar do campeonato.