Os problemas econômicos pelos quais o Brasil está passando têm sido motivo de atenção do Comitê Olímpico Internacional (COI). Nesta quarta-feira, o presidente da entidade, Thomas Bach, disse que monitora a situação e acredita que os investimentos para a Olimpíada podem servir como "catalisador" para o crescimento do País. Bach, contudo, alertou para a "perda de confiança" que o Brasil sofrerá caso venha a ter problemas com a organização do evento.
"Nesse momento os Jogos podem funcionar como catalisador de crescimento futuro, porque se parássemos agora o investimento em transporte no Rio perderíamos a oportunidade de crescimento, se parassem os investimentos em hotéis haveria impedimento de crescimento no futuro, se houver problema de organização, seu país perderia a confiança de todos os investidores em todo mundo, que diriam que aqui não se está tendo bom desempenho", comentou o dirigente.
As declarações de Bach foram dadas pela manhã na sede do Comitê Rio, durante sabatina com cerca de 100 universitários. O dirigente respondeu a um estudante que questionou se a entidade não se preocupava com o momento econômico pelo qual o Brasil passa, incluindo a série de denúncias envolvendo empreiteiras e a Petrobrás.
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"Claro que estamos observando essa situação com muito cuidado, porque obviamente somos parceiros do seu País e não apenas um grupo que vem aqui e diz 'por favor, organizem bem os Jogos' para depois irmos embora sem nos preocupar mais", afirmou Bach.
"Nesses períodos desafiadores - com a queda do preço do petróleo, a taxa de câmbio da sua moeda, o cenário econômico mundial - há sempre uma situação política em que é preciso estabelecer prioridades, o que fazer agora para melhor se preparar para o futuro. É essa situação que sua presidente e seu governo estão enfrentando", avaliou.
Na segunda-feira, Bach e outros dirigentes do COI foram a Brasília para um encontro com a presidente Dilma Rousseff. "Discutimos longamente muitas questões focadas nos Jogos e nos preparativos. A discussão foi um pouco como aqui, muito focada no legado."
O dirigente defendeu os gastos com a Olimpíada. "Investimento e confiança podem estabelecer um exemplo sobre como o País está determinado a sair da crise e estimular o crescimento e empregos de modo a melhorar a situação", considerou. "Mas isso não é fácil, porque ao mesmo tempo é preciso fazer corte em outros projetos que talvez sejam adiados ou talvez tenha que espera mais tempo até que se tenha uma recuperação da economia."