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Entrevista exclusiva

Falta cultura desportiva, critica treinador paraolímpico

André Bueno - Redação Bonde
18 jul 2009 às 19:08

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Terezinha Guilhermina, que treina em Maringá desde o início deste ano, conquista ouro em Pequim. Ao lado, o seu guia Jorge Luiz (Chocolate) - Divulgação/COB
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Após um ano das conquistas em Pequim, em entrevista exclusiva ao Bonde, o treinador Paraolímpico Amaury Veríssimo – que prepara os velocistas Lucas Prado (que obteve três medalhas de ouro na China) e Terezinha Guilhermina (que conquistou uma de ouro, uma de prata e uma de bronze) – enfatizou que no Brasil, a falta de visibilidade para as modalidades, danifica o desenvolvimento do esporte.

"Em nosso país ainda falta à cultura desportiva, ou seja, as pessoas deveriam dar atenção e valor a todos os tipos de modalidades, seja Olímpicas ou Paraolímpicas. Certos esportes não são tão visíveis porque a mídia hoje olha apenas aquilo que dá ibope", enfatizou Veríssimo, que atua na área desde 1983 e já participou de cinco Paraolimpíadas.

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O comandante recebeu, no ano passado, o prêmio dedicado aos melhores do esporte nacional promovido pelo Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) e pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB).

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O velocista Lucas Prado treina com o comandante em Joinvile/SC, no entanto, a atleta Terezinha Guilhermina, desde o início de 2009, treina em Maringá e, todos os passos de sua preparação são enviados pelo técnico. Conforme Veríssimo, não há no país, uma pista adequada para o treinamento dos velocistas. "Treinamos em uma pista de carvão, o que não é ideal para o nível destes atletas, mas como é uma das melhores pistas do Brasil deste material, é possível realizar grandes trabalhos", revelou. "Mesmo com os problemas, desde Atenas, em 2000, estamos crescendo ano a ano, seja estruturalmente, em visibilidade e em preparação dos atletas. Isso culminou em 2008, em Pequim, onde tivemos a maior delegação brasileira de todos os tempos", enfatizou.

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Questionado sobre patrocinadores, o treinador salientou que, até chegar a um nível elevado, há falta de recursos e, os atletas, dependem de alguém que faça o trabalho de captação desse patrocínio. No entanto, para os competidores de um patamar maior a dificuldade é um pouco menor.


CIDADANIA – Para Veríssimo, o Brasil está caminhando para que as dificuldades encontradas pelos portadores de deficiência no dia a dia sejam sanadas.

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O comandante salientou ainda que o país necessite perceber que o esporte é a melhor ferramenta no auxilio de uma qualidade de vida melhor. "O esporte ajuda sua alta estima, sua força de vontade, seu equilíbrio emocional e, isto independe se é portador de deficiência ou não", ratificou.


COMPETIÇÒES – Os atletas, durante o ano, participam de competições regionais, nacionais, internacionais (como Meetings internacionais, copa do mundo de Atletismo, pan-americanos e outros), e, em algumas vezes, em competições no atletismo convencional.

"Com essas competições podemos analisar a cultura esportiva de cada país. O Brasil, desde 2000, em Atenas, vem crescendo ano a ano onde culminou em 2008, em Pequim , com a maior delegação brasileira. O país hoje está ‘Top Tem’ do mundo pelas medalhas conquistas", finalizou Veríssimo.


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