O médico e triatleta paranaense Camilo Benke, de 33 anos, escalou os 5.642 metros do Monte Elbrus, na Rússia, por duas vezes. Ele embarcou no mês passado de Curitiba para o ponto mais alto da Europa com a intenção de subir apenas uma vez, mas chegando lá acabou ampliando o desafio.
O Elbrus é uma montanha com dois picos, o cume oeste e o leste. A maior parte das pessoas escala a montanha com o objetivo de fazer o primeiro, por ser o mais alto. "O meu objetivo quando saí do Brasil era a conquista do cume oeste. Acabamos tendo que adiantar o cronograma, uma vez que tínhamos a previsão da entrada de mal tempo. Devido a isso, aceleramos e atingimos o cume oeste em apenas três dias. Ao retornar à cidade de Cheguet, vilarejo que fica na base do Elbrus, resolvi voltar à montanha para a conquista do cume leste", afirmou Camilo.
A primeira escalada durou três dias. No primeiro, foram vencidos 3.800 metros de altura e, no segundo, aconteceu a ascensão até 4.800 metros. O ataque ao cume feito de madrugada e o triatleta chegou ao topo por volta das 10h do dia 29 de agosto. Em toda a escalada, Benke passou por trechos de pedras, de neve e temperatura de -20ºC graus.
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"Cada montanha tem suas peculiaridades, desde a cultura dos montanhistas locais, até os obstáculos que ela apresenta. A mesma montanha muda muito dependendo da época, ou mesmo em questão de horas. Vista de longe a montanha parece uma grande massa estática, mas isto é um grande engano. A montanha é viva, e esta em constante movimento com seus elementos", explicou Benke.
E foi isso que ele percebeu no seu segundo ataque ao cume. "Desta vez a escalada foi bem mais difícil", disse. "Iniciamos o ataque ao cume partindo de Barrels, acampamento que fica a 3800 metros de altitude, muito distante tanto do cume leste como oeste. Levamos mais de 10 horas para atingir o cume. A ultima hora antes do cume foi intensa, pois a subida se acentuou bastante, e de uma temperatura negativa passamos a um calor muito forte, sem nenhum vento, além de estarmos pressionados por uma mudança de tempo que estava por vir", disse.
Outro ponto de dificuldade, segundo ele, foi porque a rota escolhida segue em linha reta até o cume, o que torna a escalada muito dura. "É uma subida constante que se acentua ainda mais nos últimos 300 metros verticais", contou. O desafio foi alcançado no dia 1º de setembro.
Preparação - Para alcançar o seu objetivo, Camilo intensificou os treinamentos nos últimos três meses antes da viagem. Ele treinou as modalidades do triathlon, natação, ciclismo e corrida, chegando a oito horas de treino em dias mais focados. "Não existe um treinamento que possa realmente simular as condições impostas pelas altas montanhas. O ar rarefeito, as longas ascensões com muita neve, gelo e condições climáticas adversas, como temperaturas abaixo de zero e fortes ventos", reforçou.
Camilo Benke iniciou seus treinamentos há seis anos com o objetivo de concluir a prova de Ironman, considerada umas das mais exigentes do mundo, com 3,8 km de natação, 180 km de ciclismo e 42 km de corrida. A rotina, no entanto, é dupla. Especializado em medicina esportiva, ele também atua como clínico nos hospitais da Cruz Vermelha e Vita, na capital paranaense.