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Natação

Poliana Okimoto vê ausência de projeto para maratonas aquáticas

Agência Estado
09 dez 2013 às 21:21

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Poliana Okimoto não poderia ter pedido uma temporada melhor do que aquela que teve em 2013: voltou do Mundial de Esportes Aquáticos de Barcelona com três medalhas na bagagem e, mesmo sem ter-se preparado devidamente, bateu um antigo recorde na piscina: o brasileiro dos 1.500m, que pertencia à baiana Nayara Ledoux Ribeiro desde o Mundial de Fukuoka (Japão), disputado em 2001. De quebra, em novembro, ela foi eleita pela revista norte-americana Swimming World a melhor do mundo em águas abertas. Mas Poliana ainda quer mais.

Em janeiro, a Fina (Federação Internacional de Natação) divulgará a relação dos melhores do ano, e ela é uma das favoritas ao prêmio nas águas abertas. Antes disso, no próximo dia 17, o COB vai entregar o prêmio "Brasil Olímpico", e a nadadora está bem cotada.

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A premiação é atribuída com base em votos de jornalistas e do público. Nesta segunda, em visita à redação do Estado, Poliana fez sua campanha. Ela concorre com a judoca campeã mundial Rafaela Silva e com a pernambucana Yane Marques, medalha de prata no Campeonato Mundial de Pentatlo Militar.

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Embora ainda espere colher frutos por sua performance em 2013, Poliana já está em 2014. Ela tirou férias e iniciou a preparação para a próxima temporada. Por isso, não espera resultados tão brilhantes no Open de Natação, que será disputado em Porto Alegre, a partir do dia 18. "Não vou estar na minha melhor forma. Ainda estou na fase inicial de treinos. Vou participar porque preciso ajudar o meu clube (Minas Tênis) na pontuação".

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Poliana se preparou com dedicação redobrada para o Mundial de Barcelona, sobretudo porque, em suas próprias palavras, estava "engasgada" com o resultado da prova de 10km dos Jogos Olímpicos de Londres. Ela não conseguiu completar a prova, devido a uma crise de hipotermia. "As águas no Rio são frias durante o verão, mas no inverno a temperatura da água sobe. Mas tudo vai depender da corrente do dia, nunca se sabe".


Por falar em "nunca se sabe", Poliana ainda não decidiu quando vai pendurar a touca. Ela não descarta esticar a carreira até 2020 para competir nos Jogos de Tóquio já aos 37 anos de idade. "As provas em águas abertas permitem uma certa longevidade. Tudo vai depender dos resultados que eu estiver obtendo e do apoio".


O futuro do Brasil nas maratonas aquáticas, aliás, é bastante incerto. O país foi o campeão da modalidade no Mundial de Barcelona graças a uma excelente geração, que conta também com Ana Marcela Cunha, Samuel de Bona e Allan do Carmo. Isso sem haver nenhum plano da CBDA voltado para esse tipo de prova. "Nossa geração é muito boa, mas infelizmente a gente não vê nenhum projeto para as maratonas aquáticas".

O trabalho nas maratonas aquáticas depende daquele feito com os fundistas das provas de piscina (800m e 1500m). A própria Poliana é resultado disso. Mas o Brasil forma poucos fundistas hoje. Um dos motivos são os gastos altos que os clubes teriam com treinadores, que precisariam se dedicar por dois períodos. "Os ídolos do Brasil são velocistas: Cesar Cielo, Gustavo Borges, Fernando Scherer. E os fundistas não gostam de ver seus colegas saindo do treino antes e ainda terem que ficar por mais quarenta minutos ou uma hora na piscina".


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