Mais importante categoria do automobilismo brasileiro, a Stock Car dará neste final de semana em Interlagos a largada de sua 34ª temporada e a 13ª de parceria com a TV Globo. O campeonato, novamente com 12 etapas, recebeu importantes modificações na área desportiva, grande parte acertada em comum acordo com a TV - entre elas, o fim do pit stop para reabastecimento obrigatório, a volta do sistema de pontos corridos, a dupla pontuação na 12ª e última etapa, a permissão do uso do botão de ultrapassagem também nos treinos classificatórios e o sistema de parque fechado para os 10 primeiros do grid depois do qualifying. A ideia é tornar as corridas mais movimentadas e de fácil compreensão para os telespectadores e torcedores nos autódromos.
A TV Globo, aliás, voltará a exibir todas as corridas ao vivo. Desde que adquiriu os direitos de transmissão em 2000, isso só havia ocorrido em 2008 - ano em que os carros da Equipe Medley deram um show, vencendo oito das 12 corridas e chegando à última etapa decidindo o título entre os seus pilotos Ricardo Maurício, que levou a melhor por apenas um ponto, e Marcos Gomes.
Disposta a investir no produto, a TV Globo escolheu o horário das 9h30 para todas as corridas. A emissora acredita que poderá atrair o público que habitualmente liga a televisão nesse horário para assistir à Fórmula 1. Deve ampliar a presença da categoria nos telejornais da casa e facilitar o trânsito de seus personagens pelos seus programas de entretenimento. Além disso, parece disposta a aumentar a identificação dos pilotos pelo público, ao transformar o tetracampeão Cacá Bueno no seu maior ícone e fazer de Marcos Gomes, Ricardo Maurício, Thiago Camilo, Átila Abreu e Max Wilson os rivais capazes de destroná-lo. Tudo no melhor estilo MMA, com chamadas destacando a luta pelo trono da Stock Car.
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Duas montadoras continuam prestigiando a Stock Car, mas a Chevrolet trocou a carenagem do Vectra pela do novo modelo Sonic para brigar com o 408 da Peugeot. Mas são mudanças no campo desportivo, como de hábito, que chamam mais a atenção dos pilotos. As principais estão listadas abaixo e são comentadas por Marcos Gomes.
1 - Os 10 primeiros do grid não poderão mexer na altura e na cambagem depois dos treinos classificatórios.
"Será muito bom para o público, mas aqueles que têm condições de largar mais à frente serão um pouco prejudicados porque não poderão mexer no carro para a corrida. Mas gostei porque vai dar mais emoção à prova".
2 - Permissão de utilização do botão de ultrapassagem (push-to-pass) também nos treinos classificatórios.
"Também é uma novidade interessante. Agora temos até a sexta-feira para informar a organização se vamos querer usar. Aqui em Interlagos, o máximo será de quatro vezes no treino classificatório e quatro na corrida ou todas as oito vezes na corrida. Isso vai acabar embaralhando muito mais a prova, na medida em que teremos de optar por ir melhor na classificação ou deixar tudo guardado para a prova. O push representa aumento de potência de 37%. Em tempo de volta, deve dar algo em torno de quatro décimos, o que significa inúmeras posições no grid."
3 - Fim do reabastecimento obrigatório.
"É um pouco estranho, porque as equipes médias estavam chegando no nível das grandes em termos de eficiência nos pit stops. No meu caso, que perdi várias corridas nas paradas nos boxes, talvez eu seja ainda mais a favor dessa mudança. Mas as corridas estavam um pouco confusas, as pessoas reclamavam porque não entendiam muito bem o que estava acontecendo na pista. O público vai entender melhor e os pilotos não dependerão tanto da equipe. Vai ser somente o nosso trabalho dentro da pista".
4 - Pontuação dobrada na última etapa.
"Vamos ter de ver como anda o campeonato. Eu era a favor da manutenção dos playoffs, porque representava um prêmio aos melhores na fase final. Mas se a pontuação em dobro permitir que mais gente chegue à última prova disputando o campeonato será uma mudança benéfica.
Gomes também comemora a ampla cobertura prometida pela TV Globo. "Estar com as 12 provas ao vivo numa emissora do tamanho da TV Globo é um avanço enorme para a categoria. Poucas séries no mundo têm um espaço desses em canal aberto", lembra. Sobre a questão do consumo dos pneus (sem a obrigatoriedade do reabastecimento só optará pela troca quem estiver realmente no limite de segurança, já que a parada é muito longa), Gomes prefere esperar para ver. "Será interessante. Tentamos trabalhar isso nos treinos coletivos em Curitiba há três semanas. Será mais complicado para os 10 primeiros que terão de classificar e correr com o mesmo acerto. Quem puder mexer um pouco vai ter uma melhora, mas será ainda assim muito difícil. A gente verá uma piora muito grande dos pneus no terceiro e quarto quartos da corrida, por causa do desgaste dos equipamentos. Quem tiver mais agressividade na pilotagem e menos sensibilidade no acelerador terá dificuldades.