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Sonho concretizado

Em Curitiba, delícias das cozinhas polonesa e ucraniana

Redação Bonde*
10 jun 2009 às 08:01
- Sabor Brasil/Reprodução
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Basta folhear a lista telefônica de Curitiba para perceber o quanto é grande o número de descendentes eslavos na cidade. Dentre esses nomes, aqueles cujo sobrenome terminam em "ski" geralmente são de origem ucraniana. E foi para se tornar um representante tanto dos ucranianos quanto dos demais povos eslavos – poloneses, ucranianos, tchecos, russos, búlgaros, sérvios, croatas -, que surgiu o restaurante Durski.

A imigração ucraniana se iniciou no estado do Paraná a partir de 1895. Atualmente, essa comunidade representa um contingente de aproximadamente 400 mil pessoas no país, sendo que 90% delas estão no Paraná. Consequentemente, Curitiba é a cidade brasileira com a maior concentração de descendentes eslavos, o que pode ser facilmente percebido no sotaque local.

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O Durski

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O proprietário do restaurante Durski é Luiz Renato Durski Junior, descendente de ucraniano e polonês. Ele conta que sempre quis representar os dois povos, apesar da saudável rixa que existe entre os imigrantes poloneses e ucranianos. "Sabe uma coisa legal para se fazer? Vá até ao Memorial Ucraniano e pergunte sobre a Polônia, e depois faça o inverso no Memorial Polonês", brinca. "Você vai ver o quanto os atendentes vão ficar irritados", diz com um sorriso estampado no rosto. Junior, como prefere ser chamado, conta que essa discórdia é parecida com a que existe entre Brasil e Argentina, mas ao contrário da última, só acontece com os imigrantes ucranianos e poloneses que vivem no Brasil. Em seus respectivos países, a discórdia entre os dois povos é inexistente. "Mas o legal é que o Durski representa o povo eslavo, e não somente dos ucranianos", conclui.

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Junior recorda que, desde sua infância, sempre foi um apaixonado pela cozinha. Adorava passar horas ao lado da mãe, Dona Maria Durski, aprendendo as receitas da família. Apesar de que, com o passar dos anos, a vida o tenha encaminhado a se tornar um empresário de sucesso no ramo madeireiro, Junior jamais perdeu o encanto pela culinária eslava. Até que um dia decidiu que era hora de concretizar um grande sonho: ter um restaurante que homenageasse seus ancestrais. Para isso, foi atrás das receitas típicas que havia aprendido. Junto da irmã, que hoje também cuida da cozinha do restaurante, aperfeiçoou prato por prato. Quando precisou montar a sua equipe de salão, decidiu ir atrás de seu povo. Junior viajou até Prudentópolis, uma cidade repleta de descendentes ucranianos no interior do Paraná, e contratou todas suas garçonetes e cozinheiras. Para abrigá-las em Curitiba, alugou apartamentos ao lado do restaurante. Hoje todas as funcionárias se consideram como uma grande família.


A paixão de Junior pelo ramo de restaurantes é tamanha que ele decidiu trabalhar durante 45 dias sem que os clientes pagassem as contas. Com isso, sua equipe seria treinada da melhor forma possível: participando ativamente da rotina de um restaurante. Em troca do pagamento da conta, Junior pedia a opinião sincera de cada freguês sobre como melhorar ainda mais o serviço e a comida. Após colher várias opiniões, Junior pôde realizar seu sonho: abrir o restaurante que sempre desejou.

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O banquete eslavo


A melhor opção para aquele que deseja conhecer a rica gastronomia ucraniana é pedir o banquete eslavo do restaurante Durski. Inicialmente, o freguês é servido de um couvert com pães e broa de centeio feitos na casa, além de pequenas travessas com fatias de salsicha, lingüiça e lombo defumado, krakovia (um embutido polonês), chenka (carne de porco assada e resfriada), geléia de porco, patê de torresmo, cebola azeda, krin (raiz forte ralada e misturada com beterraba) e requeijão com nata. Finda a saborosa degustação, um dos pratos ucranianos mais tradicionais é colocado sobre a mesa: a sopa Borstch, uma magnífica sopa de beterrabas.

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Após o deleite, o banquete segue adiante com salada russa, platzki (bolinhos de batata crocantes, sequinhos e perfeitos), frango à Kiev (peito de frango empanado e recheado com manteiga derretida e salsinha), Holopti (enrolados de repolho recheados com arroz e carne moída), arroz de forno, leitão assado apresentado em pequenos quadrados com sua pele pururucada, e o famoso pierogi de batatas. Esse último é um dos mais tradicionais pratos eslavos e consiste em uma espécie de pastel cozido feito à base de massa levedada e recheado com batatas cozidas e requeijão fresco.


O pierogi é servido acompanhado de molho de creme azedo, de cogumelos ou de lingüiça defumada, salpicado com cebolas fritas. Por ser tão importante nos países eslavos, muitos dizem ser possível avaliar uma dona de casa pela sua maior ou menor habilidade ao preparar o pierogi. Já nos casamentos rurais, ele é sempre parte do cardápio e deve ser provado por todos os convidados, acompanhado de uma taça de vinho. Para fechar a refeição no restaurante Durski, a tradição ucraniana recomenda a kutiá como sobremesa, uma iguaria que costuma ser servida nas ceias natalinas, e consiste de creme azedo ou iogurte coberto com trigo, leite condensado, mel, uva passa, ameixa preta e nozes.

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O Memorial Ucraniano


Localizado dentro do parque Tingüi, o Memorial Ucraniano foi inaugurado em 1995, ano em se comemorou o centenário da chegada dos imigrantes ucranianos a Curitiba. No local existe uma réplica da Igreja de São Miguel, em Mallet, PR. A construção é toda feita com pinho encaixado e a cúpula, em estilo bizantino, é feita de bronze. Dentro do local, funciona um museu que conta um pouco da história e da cultura ucraniana.

*Fonte: Brasil Sabor - Abrasel (Associação Brasileira de Restaurantes) / Ministério do Turismo


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