O Paraná conta com 21 delegacias especializadas da Mulher. Cinco estão entre a Região Metropolitana de Londrina (Londrina e Arapongas), Vale do Ivaí (Apucarana) e o Norte Pioneiro (Cornélio Procópio e Jacarezinho). No entanto, segundo resposta da Polícia Civil à FOLHA, via Lei de Acesso à Informação, os atendimentos nestas delegacias são realizados “em horário comercial e pelas Centrais de Flagrantes à noite e nos finais de semana e feriados”.
Os problemas gerados pela falta de unidades voltadas às mulheres abrindo 24 horas por dia ficaram evidentes recentemente, quando a passageira que denunciou um motorista de aplicativo pelo crime de estupro em Londrina precisou esperar três dias para prestar depoimento, em razão do fechamento da delegacia por conta do ponto facultativo de Carnaval, decretado pelo Governo do Estado.
No ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a lei que garante o funcionamento ininterrupto das delegacias especializadas de atendimento à mulher no País. Entretanto, no Paraná a legislação não tem sido colocada em prática. A justificativa apresentada pelo Estado para a impossibilidade de seguir a regra nacional é a necessidade “de um maior número de servidores.”
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Na falta de funcionários, a Polícia Civil está promovendo, como alternativa, uma reforma na Central de Flagrantes de Londrina, que fica à margem da BR-369, para que o lugar tenha uma sala de atendimento especializado à mulher vítima de violência. De acordo com a corporação, este espaço existe, porém, “está sendo feito um conjunto de melhorias”. Entre as intervenções estão a reforma de salas, aquisição de mobiliário e incremento de servidores específicos.
PREVISÃO
O local ficará à disposição das vítimas durante à noite e madrugada e aos fins de semana, quando a delegacia da Mulher não funciona. “O projeto tem data prevista para estar pronto a partir de maio”, projetou a Polícia Civil, em nota encaminhada à reportagem. “No momento oportuno a mídia londrinense será convidada para a realização de imagem do local e entrevista com as delegadas da delegacia da Mulher”, destacou.
REIVINDICAÇÃO
Em outubro, a Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), por meio do Conselho da Mulher Empresária, lançou um abaixo-assinado, com mais de duas mil assinaturas, para cobrar o governo estadual para que a delegacia da Mulher na cidade abra todos os dias e não apenas das 8h30 às 18h, de segunda a sexta-feira. Em fevereiro, a Câmara de Vereadores votou um pedido de informação endereçado ao Estado sobre o assunto.
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