O Ministério Público do Paraná vai investigar a origem dos bens do empresário Edison Brittes Júnior, assassino confessor do jogador Daniel Correa Freitas, informou neste domingo (18) a revista eletrônica Fantástico. Segundo a reportagem, o promotor João Milton Salles suspeita de eventual atuação dele em uma organização criminosa de receptação e adulteração de veículos roubados.
A suspeita foi levantada após encontros de Brittes, acompanhado de sua mulher, Cristiana, e de sua filha, Alana, em um shopping de Curitiba para combinar com outras pessoas uma versão única sobre a morte do jogador – o empresário disse que o matou, com auxílio de outras três pessoas, ao flagrar o rapaz tentando estuprar sua mulher, versão contestada pela Polícia Civil de São José dos Pinhais (Região Metropolitana de Curitiba-RMC), que apura o caso.
A investigação indicou que, na ocasião, Brittes enviou mensagens por um aparelho celular que utilizava o chip de uma operadora registrado no nome de Fernando Cidral de Oliveira, assassinado em São José dos Pinhais em 2016. Segundo a reportagem do Fantástico, o rapaz teria como atividade receptação e adulteração de veículos – Brittes responde a dois processos de receptação de carros roubados, diz a reportagem.
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Brittes também responde a duas ações por porte ilegal de armas. Em um dos inquéritos, datado deste ano, ele diz que é amigo de policiais e que ligaria para o deputado Rubens Recalcatti (PSD), ex-delegado acusado de homicídio em 2015.
O Fantástico ainda exibiu um vídeo de uma festa em que o deputado manda felicitações pelo aniversário de Cristiane Brittes, chamando-a de amiga do coração. No mesmo vídeo, o deputado está ao lado do policial civil afastado Edenir Canton, que é acusado pelo homicídio e de participar de organização criminosa e extorsão mediante sequestro. O veículo em que Daniel foi transportado estaria registrado no nome de Canton – na reportagem, o advogado dele diz que o documento do carro ainda não havia sido transferido para o nome de Brittes, o que deveria ocorrer em breve.
Na reportagem da tevê, o advogado Cláudio Dalledone, que defende Brittes, diz que ele não explicou a origem do chip de celular no nome de uma pessoa morta em 2016. O advogado também defende Recalcatti e nega proximidade entre os dois clientes – o advogado seria apenas um conhecido do empresário.
A investigação do MP independe do inquérito policial que apura o homicídio de Daniel. Além de Brittes, Alana e Cristiane, outras quatro pessoas foram detidas por suspeita de envolvimento.