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Muito além dos olhos

02 set 2003 às 14:25
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A foto a seguir foi uma delas. Vire-a de cabeça para baixo, antes de ler o texto.

Uma poça d’água é uma banal, inconveniente e inútil poça d’água mas, para alguém, ela transformou-se num espelho que permitiu-lhe fazer arte sob uma perspectiva inovadora.

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Da mesma forma, um dia na história da humanidade uma forma circular foi transformada em uma roda, uma pedra tornou-se uma ferramenta e a água, descobriu-se, era uma inesgotável fonte de energia.

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DOGMAS E PRÉ CONCEITOS


Em resumo: ao contrário do que parece, tudo o que de relevante existe está descaradamente disponível aos nossos sentidos. Para todos nós. O paradoxo é: poucos são os que vêem. O fato é que a (grande) maioria das pessoas é cega para as coisas profundas e verdadeiramente valiosas da vida.

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Mas afinal, porque alguns conseguem enxergar o nuance de um reflexo em uma poça d’água enquanto outros não conseguem ver nem um elefante cor-de-rosa que passa em frente ao seu nariz?


Um princípio do Budismo nos dá parte dessa resposta: o mundo real é uma projeção da nossa mente e, portanto, só conseguiremos enxergar no mundo exterior aquilo que possuímos dentro de nós mesmos. Vale concluir que só conseguiremos ‘ver’ a imagem refletida em uma poça d’água se as nossas, digamos, "antenas" estiverem voltadas para o mundo.

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O Diferencial


E o que acontece com a imensa maioria das pessoas? Na exata medida em que transformam-se em seres rasos, pelo egoísmo, pela ignorância, pela presunção, etc., diminuem o seu alcance e voltam mais e mais a direção das suas antenas para si próprios. E aí só compreendem o mundo até o seu próprio limite individual, que é muito curto. E não conseguem mais "enxergar", "escutar" o mundo. "Ver" uma poça d’água.

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É a isso que comumente chamamos de sensibilidade. E este é um talento, vale dizer, nascemos (ou não) com ele. Mas não recebemos este presente totalmente pronto e acabado, isto é, também depende de cada um de nós "desenvolver" a sensibilidade que recebemos. Se a exercitamos. Da mesma forma criamos músculos, se os exercitamos. Músculos dependem também do alimento. A sensibilidade não é diferente: é um exercício permanente cujos únicos alimentos são a nossa vontade e o nosso ideal humanístico.


Sensibilidade, capacidade de conclusão, de percepção, enfim. No final das contas esse é o fator a diferenciar as pessoas. Por outros caminhos, diversas são as ciências humanas que demonstram esse fato; na filosofia, o existencialismo não é mais do que a consagração da nossa capacidade de, diante dos fatos, concluirmos como quisermos. Na psicologia, o exame psicotécnico não é nada menos que um método (competente por sinal) que procura demonstrar a nossa capacidade de conclusão diante de determinadas situações. Mesmo na religião (na sociologia, ou no direito, se assim preferirmos) o princípio do livre-arbítrio não é menos do que a exaltação da liberdade individual em concluirmos quais devem ser os nossos próprios caminhos.


Também, o momento dessa foto nos leva a confirmar a grande verdade contida em um dos princípios basilares do Induísmo, o princípio da Impermanência; para o bem ou para o mal, nada é para sempre. Tudo é efêmero. Tudo se desfaz, às vezes tão rapidamente... como uma poça d’água...

E.T.: Algumas perguntas que ficam: podemos, simbolicamente, ver a imagem refletida naquele instante como uma outra dimensão, paralela e sincronizada com a imagem da nossa dimensão, digamos, "real". O que é ilusório? Qual é a imagem real daquele instante? Como "os outros" nos vêem quando poças d’água formam-se a nos mostrar?


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