Olá, amigos do esporte! A palavra arena é de origem latina e passou a identificar o local onde aconteciam as disputas dos gladiadores. Depois, deu nome à praça de touros, na Espanha. Bem mais recente, identificou a um tipo de teatro, onde os espectadores, à maneira do Coliseu e das praças de touros, circundavam o palco que ficava em um nível mais baixo que o habitual. A este último significado aproximou-se a Arena da Baixada, estádio do Clube Atlético Paranaense.
O futebol tem sempre comparações com artes da guerra, com lutas. Assim, o goleador é chamado de artilheiro ou matador. O defensor é chamado de xerife. O chute forte é uma bomba, um míssil etc. Mas também não são poucas as comparações do jogo com arte, um espetáculo. Os jogadores seriam artistas. Os melhores seriam as estrelas. O jogo entre Atlético e Flamengo, domingo passado, transmitido para todo o País, esteve mais para esta segunda comparação.
Este prólogo é para dizer que no palco da Arena da Baixada aconteceu um belo espetáculo reunindo Atlético e Flamengo. Os artistas locais se mostraram inspirados e desempenharam seus papéis de maneira quase perfeita. Cada gol parecia uma pintura mais bela que a outra, formando quadros de uma exposição coletiva que reunia artistas importantes, mas todos comandados por um, Ilan. Ele assinou três peças, mas reconheceu que duas foram trabalho coletivo. Na primeira, a parceria foi com Alessandro. Na segunda, assinaram junto Kléberson e Dagoberto. Uma ele fez sozinho mostrando agilidade, habilidade e excepcional poder de conclusão.
Esta foi a segunda vez que a Arena da Baixada facilitou a comparação do futebol com arte. Há dois anos, contra um adversário que não recordo o nome, por ser apenas um coadjuvante, uma ''escada'', no palavreado teatral, o time foi tão bem e agradou tanto a torcida que ninguém saiu do teatro ao final da apresentação. A platéia não se cansava de aplaudir de pé. Foram tantos aplausos que os atores, que já haviam se recolhido aos camarins, foram obrigados a retornar ao palco para agradecerem novamente. Foi a única vez que vi isto acontecer em um jogo, ops, desculpe, num espetáculo de futebol. Pena que o ''bis'' não foi possível.
O Guga deles - O brasileiro Flávio Saretta venceu em Roland Garros o russo Ievgueni Kafelnikov, que já foi campeão do mesmo torneio, em 1996. A vitória permite uma comparação com a atual fase de Guga. Desde que começou a ter os problemas de quadril, Guga vem revezando boas apresentações com outras nem tanto. Muitas vezes foi surpreendido por jogadores desconhecidos, em início de carreira. Pois agora dá para pensar em Kafelnikov, que também já esteve no topo do ranking e luta para voltar. Foi derrotado por um tenista desconhecido por quem não acompanha o tênis brasileiro. Saretta busca um lugar no tênis mundial e esta vitória pode ser o primeiro passo. Também mostra que qualquer jogador que chegue a disputar um Grand Slam tem que ser respeitado, mesmo que seja desconhecido. O Kafelnikov, ontem, foi o Guga dos russos.
Três pontos - Dois fatos importantíssimos na história do basquete brasileiro se deram quase simultaneamente. Ao mesmo tempo que Oscar decidia se aposentar, comemorava-se os 40 anos da conquista do bicampeonato mundial pela gloriosa seleção brasileira de 1963. Com o surgimento de novos talentos dos quais Nenê é o principal, o basquete pode pensar também em um futuro que seja da altura da nossa história.