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Prêmio deveria ser de R$ 3 mi

Pesquisa da Betway revela como inflação impacta o prêmio do BBB

CV Bonde
28 mar 2022 às 19:00
- Pixabay

Prêmio deveria ser de R$ 3 milhões


Muito tem se falado nos últimos anos sobre a inflação, principalmente por conta do aumento dos preços em produtos básicos, como combustível, trigo e gás. A grande questão é que, como a renda dos brasileiros não aumenta na mesma velocidade, o bolso começa a pesar e o poder de compra diminui. Ou seja, o que antes custava R$ 50 passa a valer R$ 70 e o carrinho do mercado tende a ficar mais vazio.


No entanto, a inflação não afeta apenas os assalariados. A falta de reajuste em prêmios também faz com que eles percam parte do valor. Esse é o caso dos R$1,5 milhões do Big Brother Brasil. O montante é o mesmo há 12 anos, o que faz com que o prêmio seja menor do que há alguns anos, como aponta esta análise da Betway sobre o valor real dos reality shows.


Corrigido pela inflação prêmio deveria ser o dobro


O primeiro Big Brother Brasil, que foi ao ar em 2002, pagou R$ 500 mil ao vencedor. Em 2005, o valor foi reajustado para R$ 1 milhão e em 2010 passou a ser R$ 1,5 milhões. Ainda que pareça ser o maior prêmio pago até então, esse é o que oferece menor poder de compra.


Para entender basta avaliar a situação econômica do país. Em 2010, era possível encontrar um apartamento de dois dormitórios em uma grande cidade por R$ 300 mil. Então, o campeão de 2009 poderia gastar 30% do prêmio e ainda sobraria 70%. Agora, o imóvel estaria custando R$ 600 mil, ou seja, 40% do valor do prêmio.


Caso fosse reajustado pela inflação dos últimos 12 anos, o novo vencedor levaria para casa mais R$ 3 milhões. De acordo com a Betway, site de apostas no BBB 22, a cada ano que passa sem reajuste, essa discrepância tende a ser ainda maior, fazendo com que o prêmio valha menos.


Porém, diante do momento vivido, ganhar o BBB continua sendo interessante - ainda mais para quem para era desconhecido da mídia, já que passa a ganhar destaque e até futuros trabalhos. É isso o que afirma o economista Jefferson Mariano. “Em 2010 [ano em que o prêmio do BBB transitou de R$1 milhão para R$1,5 milhões], vivíamos um clima de otimismo em razão de taxas elevadas de crescimento econômico, baixos níveis de desemprego e desconcentração da renda. O Brasil era referência na economia.”, explica o especialista.


Mercado projeta inflação ainda maior para 2022


Por conta do recente aumento no preço dos combustíveis, o mercado elevou a projeção para a inflação deste ano. Até fevereiro, o que se previa é que o índice ficasse em 5,5%. Agora existe uma possibilidade de os juros chegarem a 6,45%.


Vale notar que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) que é usado como base para determinar a inflação representa apenas uma média. Na prática, é comum os consumidores perceberem que os valores estão acima do que diz o mercado.


“Às vezes, a população tem a sensação de que a inflação foi superior à verificada e divulgada – e na maioria das vezes essa premissa é verdadeira.”, explica Mariano. Além do mais, quanto menor é a renda, maior é o impacto que a escalada nos preços provoca.


Enquanto os participantes do BBB podem reverter a falta de reajuste no prêmio ganhando dinheiro em campanhas publicitárias, como fez Juliette e tantos outros, o cidadão comum encontra mais dificuldades para superar a inflação. Mais urgente do que dobrar o valor pago ao vencedor do reality show é, ao menos, controlar o aumento dos preços para toda a população.

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